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10 Questões para responder antes de investir num empreendimento
Mas este universo do empreendedorismo não são apenas flores, sempre encontraremos espinhos, sendo que alguns são até venenosos. Iniciar um negócio, mesmo que seja inédito ou não, é sempre complexo. Exige uma gama de conhecimentos e habilidades ao pretendente.
Muitas pessoas sonham em ter seu próprio negócio, motivados pela possível liberdade, obtenção de maiores ganhos financeiros, por não querer seguir padrões, por necessidade, enfim, existem muitos argumentos. Também é possível afirmar que não existe uma idade ou momento certo para isto. Conheço pessoas que depois de seus 50 anos montaram uma empresa. Também tem o caso do jovem Harli Jordean com apenas 8 anos que mora em Londres, montou um e-commerce de bolinhas de gude, está milionário.
Mas este universo do empreendedorismo não são apenas flores, sempre encontraremos espinhos, sendo que alguns são até venenosos. Iniciar um negócio, mesmo que seja inédito ou não, é sempre complexo. Exige uma gama de conhecimentos e habilidades ao pretendente.
Inclusive algo que acho muito interessante é que a maioria das empresas quando querem contratar alguém, exigem formação na área desejada e experiência comprovada. Mas, por vezes, o contratante nunca fez nenhum curso de formação para ser empresário, nem tinha experiência anterior.
Listo aqui 10 questões importantes que, se observadas, podem evitar alguns dissabores posteriores.
- Vocação:
O mesmo que tendência pessoal, ou seja, você tem inclinação para o segmento que deseja seguir? É como se você quisesse ser um músico, mas a voz não ajuda e tens dificuldade em aprender a tocar instrumentos musicais, desta forma a possibilidade de dar certo é praticamente nula. Portanto, é significativo que, quando for decidir sobre o que irá empreender, tenhas a referida vocação.
2. Gostar:
A atividade a ser escolhida deve ser prazerosa, algo que farás com gosto, com dedicação, entusiasmo e sem aquela obrigação em executar. Tudo aquilo que gostamos de fazer é mais fácil, rende mais e por consequência o esforço é menor.
3. Experiência:
Trabalhar com algo que temos experiência nos dá mais segurança e tranquilidade, exige menos estudo e esforço na sua execução. Se já tem experiência no segmento, a possibilidade de erros é bem menor. Procure algo que já tenha vivenciado e/ou compartilhe a atividade com alguém que conheça da mesma.
4. Pesquisa de Mercado:
Antes de qualquer tomada de decisão é prudente e inteligente aplicar uma pesquisa visando o levantamento de dados e fatos que permitem a contextualização de um cenário mercadológico. É neste momento que o futuro empreendedor pode deparar-se com situações até então imprevistas, que de alguma forma possam interferir no destino do empreendimento. Mas é fundamental que a mesma seja realizada de forma profissional sem vieses que interfiram nos resultados. Esses devem imparciais, pois é melhor que aponte problemas ou impossibilidades de sucesso, do que haver o investimento e posterior frustração.
5. Cultural local:
Esta variável é praticamente desconsiderada pela maioria dos investidores que conheci, mas que tem um peso significativo sobre o futuro da empresa. De nada adianta ter uma excelente ideia se esta não estiver alinhada com os costumes e valores do mercado em que estará sendo inserido. Um exemplo bem radical: montar uma empresa de artefatos gaúchos, mesmo que numa das capitais do Nordeste Brasileiro, o resultado já é previsível.
6. Concorrência:
Havendo concorrência, deve-se avaliar o nível de agressividade entre os participantes, quanto representa o market share dos três principais. Analisar se as estratégias deles é basicamente política de preços e condições de pagamento. Caso não haja concorrência ainda, a pergunta a ser respondida é... Por que ninguém ainda tinha pensado nisto?
7. Matéria-Prima:
Se o segmento a ser escolhido for o industrial, uma variável extremamente importante é o grau de dificuldade em encontrar, adquirir, armazenar e processar essa matéria-prima. Por vezes é o item que inviabiliza o empreendimento. No passado tive a oportunidade de confeccionar um plano de “inviabilidade econômica”, isto mesmo, inviabilidade. Mas o investidor não concordou com os dados e informações, pois tinha certeza que daria certo decorrente de suas experiências. Mesmo assim ele investiu, 16 meses depois fechou, prejudicando financeiramente dezenas de pessoas e fornecedores.
8. Fornecedores:
Jamais, sob nenhuma hipótese deves ficar dependente de um único fornecedor, exceto em casos de franquia, mas para isto existe legislação específica e bem atualizada. No momento em que se tem poucos fornecedores os riscos são grandes, tais como: imposição de políticas de precificação; manipulação de dados de mercado; regência sobre as regras comerciais; ameaças de não fornecimento; interferência gerencial sobre a sua empresa.
9. Profissionais:
Qual o nível de necessidade em profissionais com alta qualificação ou qualificação escassa no mercado? Se seu empreendimento estiver vinculado sob esta condição, preocupe-se, pois além de ficar refém de possíveis funcionários, pode ocorrer um leilão salarial entre concorrentes disputando os mesmos profissionais. E mais, ele ciente disso poderá utilizar como uma verdadeira moeda de troca.
10. Plano de Viabilidade:
Conjuntamente com a pesquisa de mercado, a construção de um plano de viabilidade econômica é fundamental, pois em sua montagem são elencados dados que vão desde investimentos necessários em máquinas e equipamentos, mobiliário, imobilizados, custos fixos, custos variáveis, previsões em vendas, ponto de equilíbrio, ROI (Retorno Operacional de Investimentos), capital de giro necessário, indicadores de rentabilidade e lucratividade. Mesmo que os 9 itens anteriores forem positivos, se ao fazer as previsões e projeções o resultado for negativo..... Não invista.
Nos meus 33 anos de experiência em consultoria já vivenciei muitas experiências em empresas, várias sucumbiram, mas outras tantas tem e/ou tiveram sucesso. A maior diferença está em como cada gestor ou empresário vê, percebe e administra.
Uma empresa não pode ser vista como uma fonte de renda, mas como algo vivo que efetivamente promove resultados.